quarta-feira, 30 de março de 2011

Águas para quem quer ir ao céu....ou não.

Não estou aqui pra dizer o que está certo nem o que está errado...Mas discutir com vocês algumas novidades que surgem no mercado de bebidas e na mixologia certo?? Então não me peguem para Cristo, por favor!
Já lançaram produtos para surfistas, roqueiros, barbie girls e atletas, e todas elas foram apresentadas à vocês nesse blog, mas a onda dos evangélicos veio para ficar mesmo!
Não, não estou falando do Guaraná Jesus, típica bebida rosa do nordeste brasileiro, estou falando do Leão de Judá, refrigerante desenvolvido por um empresário membro da Igreja Universal do Reino de Deus. Leão de Judá é um dos nomes que Jesus é chamado no Antigo Testamento. Sabem onde a marca vai apontar?? Periferias de grandes capitais, onde o consumo de refrigerantes é uma crescente (que pena), possui uma grande comunidade evangélica e aceita super bem marcas alternativas. O slogan?? "O poder de Deus refrescando a sua vida"...É assim que se ganha dinheiro hoje em dia.
Águas Santificadas??
Lançaram nesse ano em Miami a Spiritual Water, uma marca que pretende fazer com que as pessoas lembrem de Jesus, ou outros colegas, como Buda, Maomé e Shiva enquanto fazem um simples ato....comprar água. E não é que a idéia pegou... Em maio desse ano será lançada a água mineral "100% Jesus" no litoral catarinense. O lançamento será realizado em um grande encontro de evangélicos, onde esses 500 mil esperados já poderão consumir sua águinha. O empresário da 100% Jesus pretende colocar frases bíblicas no rótulo da garrafa.
Amém!

segunda-feira, 28 de março de 2011

TOP #5 - Os melhores acontecimentos do CBB2011

Olá,
O último Campeonato Brasileiro de Baristas me fez refletir algumas coisas, algumas mudanças que eu acredito que estão acontecendo no barismo brasileiro.
É meu povo.....o Brasil está mais próximo os países nórdicos que endeusávamos do que se imagina...
Escolhi os 5 melhores acontecimentos para dividir com vocês:
#1 - Lorena Sena e Luiz Fernando Santos mostram a força de outros estados na final
Nosso país está se tornando completo, denso e profundamente técnico, do Sul ao Nordeste. A prova disso é a presença de competidores do Paraná, São Paulo e Bahia na grande final do Barista. Graças ao ótimo trabalho apresentado pelos baristas baianos, que vieram enriquecer o campeonato brasileiro. Espero encontrar baristas de Minas Gerais, Brasília, Espírito Santo e outros estados nas próximas finais.

#2 - Yara Castanho diretamente do outro lado do mundo
Campeonato sem polêmica nunca é bom..Isso porque quando há polêmica, há a oportunidade de nos questionarmos sobre o que deveriamos fazer, o que é certo, errado, como devemos lidar com novas situações. E a presença de uma competidora de outro país só veio a enriquecer a discussão sobre quão grande se tornou a disputa pelo título brasileiro. Só não podemos é fingir que nada aconteceu e não criarmos regras mais transparentes antes desse caso voltar a acontecer. Eu sou super a favor de que competidores brasileiros residentes em outros países tenham todo o direito de participar do campeonato, sendo ele apoiado/patrocinado por qualquer empresa ou não(Ora, o campeonato é debaristas ou de cafeterias???Wake up!), mas que ele tenha regras e cotas pré-estabelecidas com antecedência, e que ele dispute junto com os brasileiros que não tiveram regionais, independente da qualidade técnica dos dois.

#3 - Bruno Ferreira apresenta um café exclusivamente escolhido para sua apresentação
Podemos dizer que Bruninho já é um jovem veterano de campeonatos e vem colecionando sucessos em sua carreira para ele e para as empresas que representou. Não é nenhuma novidade que Bruno já representou a cafeteria Suplicy onde trabalhou por anos e atualmente é parte do time de baristas do Octávio Café. O que ele inovou foi em escolher um café que para a apresentação dele era o ideal, dentro dos conceitos que Bruno criou. Há alguns anos atrás, isso seria uma afronta para qualquer cafeteria, mas, como a cultura do barismo do Brasil está mais que amadurecida, chamo isso de uma atitude digna, séria e competente de um campeão. E isso não quer dizer que a cafeteria possui um bom café ou não (sabemos que os critérios de espresso para cliente diário é ooutro). É obrigação do barista demonstrar conhecimento e profundidade nas escolhas do café e quando se conhece um Aricha da Etiópia ou um Maracatuai não podemos nos restringir ao (ótimo) espresso de todo dia.
É preciso ousar, é preciso dominar todas as etapas da apresentação para estar na única primeira colocação. Como já dissemos, esse é o campeonato que escolhe qual é o melhor barista desse país, a melhor mente pensante, a melhor técnica desenvolvida, o melhor conjunto de decisões tomadas, a melhor pessoa. Ponto para o Octávio Café, ponto para o Bruno Ferreira.

#4 - Marco De la Roche (eu mesmo) desenvolve um plano de apoio/patrocínio para campeonato
Eu me considero parte da mudança desse ultimo ano sim senhores.Não só eu, mas Octávio Café, Fazenda Agrindus/Letti, Absolut Vodka, Chivas Regal e Aretha Design que foram meus apoiadores/patrocinadores. Todos sabem que sou autônomo e que sou bem chato com a minha apresentação (diga-se perfeccionista, por favor). E para que eu consiga desenvolver todo meu treinamento, que quem conhece sabe o quanto é cansativo e prolongado, eu preciso de dinheiro. Entenderam? Money, bufunfa, aqué. Isso mesmo. Quem acompanhou minha preparação para o campeonato mundial do ano passado sabe que eu gastei R$ 800,00 apenas em creme de leite para treinar inúmeros Irish Coffees. E quem acompanhou o campeonato desse ano sabe o quanto custou para fazer 120 mini unidades de Escarlate27 na semifinal e 140 mini unidades na final (R$ 190,00, R$ 230,00 respectivamente) e nos cardápios apresentados (R$ 730,00).
Além disso, é preciso de tempo para treinar. Nenhum campeão que se preste vence um campeonato treinando um fim de semana antes. É preciso de organização, tempo para desenvolver a técnica, para não chegar numa apresentação com xícaras e copos quaisquer, sem apresentação definida ou simplesmente sem condição de apresentar algo decente.
Parabéns à todas essas empresas que viram a oportunidade de elevar o nível do campeonato, investindo em um profissional para que ele tenha condições de fazer melhor do que faria sozinho. Não existiria possibilidade de eu ter me apresentado se não fosse com vocês.
Espero que outras marcas, empresas e cafeterias se acostumem com essa idéia.


#5 - Felipe de Oliveira nos prova que técnica e treino vence a criatividade e espontaneidade.
Já estou me acostumando a chamar o Felipe carinhosamente de... Monstro. E digo porquê.
Sinceramente, não acho que o Felipe tem o melhor tino criativo de todos os baristas, não acho que ele tem o maior feeling de ingredientes e de conhecimento de café de todos os baristas, mas ele tem algo que todos esses outros baristas precisam olhar para ele e aprender. Ele tem foco.
E tendo foco, ele consegue se motivar a treinar, treinar e treinar. Exato.
Essa é a real mudança desse ano. Chegamos à um nível de conhecimento e técnica tão apurado que dificilmente teremos um novo campeão intuitivo. Nossos campeões serão profissionais dedicados, extremamente preparados para executar todos os movimentos com total controle, conhecimento e responsabilidades. As apresentações deverão ser mais técnicas e menos movidas de "pura paixão pela profissão".
Felipe é Monstro porque é determinado, porque tem capacidade técnica, tem uma ótima estrutura cedida pelo Lucca Café e deseja ser melhor. Quem sabe não vemos nossa primeira medalha internacional chegando por ai?

Em breve escreverei minha sugestão das 5 mudanças que devem acontecer para que a gente passe a servir os campeonatos mundiais com competidores e não participantes. Chegamos lá!
Um abraço


sábado, 26 de março de 2011

Absolut Wild Tea - Novo lançamento

Quem ainda não percebeu que o mercado de chá está passando por uma profunda evolução em qualidade, conhecimento e consumo está por foora...e Absolut não está.
Seguindo a meta incansável de lançar sabores e mais sabores, Absolut Vodka acaba de apresentar seu Wild Tea nos Estados Unidos, primeiramente pelas cidades de Chicago, NY, Los Angeles e Miami e então será vendida em outros países.
O sabor Wild Tea é construído a partir de notas de chá preto, elderflower(flor de sabugueiro), maçãs vermelhas e um toque cítrico.
De acordo com a marca, é perfeita para ser trabalhada em cocktails clássicos ou de assinatura, como o Vodka Tonic ou até uma variação do Dry Martini.
De acordo com algumas resenhas que eu lí, o sabor é potente, mas não é para qualquer um. É mais específica do que uma Absolut Vanilia e nem todos estarão preparados para tal sabor. O que é ótimo! Adoro produtos que não ficam em cima do muro.
Maas, aos desavisados, é preciso informar...o sabor Wild Tea já não é novo....ele era o sabor da Absolut Boston, que faz parte das garrafas comemorativas às cidades dos Estados Unidos da América, assim como Absolut Los Angeles (vulgo Berri Açai), Absolut New Orleans (vulgo Mango). É simples, eles lançam os sabores homenagem, e os que forem sucesso, se transformam em garrafas da família Absolut.
Ahhh.....em tempo....a marca pretende lançar ainda esse ano uma edição em homenagem à São Francisco....e se Deus quiser, vem um sabor de uvas por ai!
Confiram mais informações no site da Absolut Wild Tea.
Um abraço!

sexta-feira, 25 de março de 2011

Cerveja combina com tudo!? Workshop

Olá,
No dia 31 de março acontecerá um workshop de cervejas diferentes e harmonizações com pratos leves, ideais para os dias quentes. O sommelier de cervejas Alessandro Pinesso vai falar um pouco sobre a história da bebida e também dará dicas sobre harmonizações.
Na degustação serão servidas 3 cervejas belgas, 2 cervejas brasileiras e 3 receitas para harmonização, que vai de uma receita andica de ceviche branco, frango thai e malabi como sobremesa.Quem preparará os pratos é a chef coordenadora da escola GastrôGourmet, Fernanda Lopes de Almeida.
Quem tiver interesse, é bom se apressar por as vagas estão se esgotando! gastro@gastrogourmet.com.br .
Aproveitem, um abraço.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Curso de Mixologia Clássica em Abril

Olá,
A nova turma do curso de Mixologia Clássica já está aberta, e todos os dados estão abaixo.
Já que algumas pessoas estavam pedindo, resolvi realizar mais uma turma para esse semestre.
Depois desse, só em julho. A próxima parada do curso é Belo Horizonte, aguardem.
Um abraço

segunda-feira, 21 de março de 2011

Hello, I like espresso!

Hello,
I like espresso!
Essa é a animação criada pelo artista gráfico holandês Vincent Lammers, que mostra diversos tipos de bebidas à base de café sob o ponto de vista do design do rapazinho de 20 anos.
Demais.
Um abraço

Hello, I like espresso. from Vincent Lammers on Vimeo.

domingo, 20 de março de 2011

Alcohol in Ancient Mexico - Literatura Recomendada

Olá,
No meu último aniversário, 07 de fevereiro, ganhei de um grande amigo @rafaelmariachi um presente fantástico ... Um livro sobre a história do álcool no antigo México.
Nesse livro estou estudando mais à fundo a história da tequila, mezcal, sotol e pulque. Outras bebidas pouquissimo conhecidas como a cerveja de milho Tesguino (foto) e o drink Tejuino (vídeo) estão extremamente bem explicadas nesse livro. Alcohol in Ancient Mexico é um achado. Escrito por Henry J. Bruman, da Universidade de Utah, Estados Unidos e com prefácio do antropólogo Peter Furst, o livro é uma fantástica contribuição à cultura e geografia do México. O livro começou a ser escrito em 1938 e agora que Henry está com 88 anos, resolveu lançá-lo. Demais.
Bom aproveitem abaixo o vídeo que achei sobre o Tejuino e para quem se interessou, está à venda no Amazon.
Grande abraço!

quinta-feira, 17 de março de 2011

Escarlate27

Olá,
Quero dividir com vocês a receita de assinatura que me transformou e tricampeão brasileiro de Coffee in Good Spirits.
Em junho, participarei do campeonato mundial que será realizado em Maastrich, na Holanda.
Felizmente, esta foi a minha última apresentação no Campeonato Brasileiro e agora o foco é todo no mundial.
Estou muito orgulhoso e confiante no novo formato do campeonato.
Gostaria de agradecer imensamente às empresas que me apoiaram e confiaram no meu trabalho e agora lutarão comigo por um ótimo resultado na Holanda. Octávio Café&Bistrô, Letti / Fazenda Agrindus, Aretha Design, Absolut Vodka e Chivas Regal.
Muito obrigado


ESCARLATE27

25 ml de Absolut Berri Açai (açai, romã e blueberrie)
25 ml de Absolut Kurant (groselha negra)
125 ml de café coado com infusão de frutas, flores e especiarias
20 ml de xarope maple
05 ml de infusão de rosas e frutas vermelhas
1 casca de limão siciliano
1 canudo de baunilhapara o café coado com infusão de frutas, flores e especiarias
18 g de microlot Estância São Francisco (disponível no Octávio Café)
07 g de infusão de frutas secas como (amora, morango, maçã, cranberry, casca de laranja, casca de limão, blueberrie, goji berrie, groselha, cassis, cassis negro, framboesa) flores como ( rosa mosqueta, hibisco e rosas) e especiarias como ( baunilha, pimenta rosa, pimenta jamaica, canela, cravo, noz moscada e gengibre)

para a infusão de rosas e frutas vermelhas
1 litro de Absolut Vodka descansada por aproximadamente 12 dias contendo em proporções equilibradas de cranberry, amora, morango, blueberry, framboesa, cassis, rosa mosqueta, hibisco e rosas. Retirar e filtrar.

Em uma coqueteleira com 10 cubos de gelo acrescente as vodkas, o café e o maple em seguida torça a casca do limão siciliano e jogue dentro da coqueteleira. Mexa levemente até o líquido gelar. Com um strainer passe para um copo baixo com 4 cubos de gelo. Prepare uma cesta de gelo e a coloque na borda do copo, e em sequência preencha com frutas utilizadas no preparo e café.

Espero que alguns tentem preparar em casa, se tiverem dúvidas me avisem!
Um abraço!

terça-feira, 15 de março de 2011

Aphoteke NYC - Uma receita médica todo santo dia

Algumas pessoas me perguntam se eu não tenho saudade de trabalhar diariamente atrás do balcão, como barman. E eu sempre respondo....MUITA.
Mas como não dá pra fazer tudo na vida, eu fico imaginando que tipo de bar eu trabalharia hoje em dia, e o primeiro nome que me vem à cabeça é Apotheke em Nova York.
Localizado na tradicionalíssima Chinatown, escondido em uma pequena rua com letreiros orientais despretensiosos, é um dos bares mais badalados da cidade pelos apreciadores das coqueteleiras.O bar é inspirado nos apotecários (químicos) europeus do último século e a atmosfera Belle Epoque européia/parisiense do salão com piso de madeira dá o clima para o bar farmacêutico-laboratório de bebidas no fim do corredor. Um bar para durar séculos.O bar é comandado por Albert Trummer, um austríaco apaixonado por bebidas e mixologia. O bar ainda conta com uma equipe fantástica de mixologistas, como Orson Salicetti, venezuelano de Caracas, Miguel Aranda, da Cidade do México e Jack Judson dos EUA.O que muda do Apotheke para os outros bares mixologicamente criativos? O desconhecido.
Digo isso por que em muitos bares, se estuda, estuda, estuda, desenvolve receitas inacreditáveis, fantásticas, e a partir daí é execução e reprodução. Não que não deva haver bares super controlados, com medidas exatas. Mas no Apotheke tudo é variavel.Ah, mas aí você me diz...Então eu nunca vou tomar o mesmo drink duas vezes...
Eu te respondo, não. Nunca mais.
Na verdade é você quem cisma em querer tomar o mesmo produto toda vez, mas sinceramente, isso nunca aconteceu. As pessoas mudam de humor, as frutas mudam de doçura, de textura, o dia muda de temperatura, e até a terra muda de eixo (o Japão que o diga).
E nessa vontade desnecessária de pedir o drink igual sempre, perdemos a oportunidade de descobrir detalhes que nunca mais serão os mesmos.

Produtos sazonais, ingredientes do dia, garrafas de infusões que nunca mais serão as mesmas em cocktails criados na hora para clientes mais arrojados além de um cardápio fixo super equilibrado e completo.
À todos que puderem dar uma passadinha por NYC fica a dica.
Um abraço



sábado, 12 de março de 2011

Entrevista com Francisco Guerreiro, bartender de Portugal

Olá,
Tenho o prazer de apresentar à vocês mais uma entrevista internacional. Desta vez, convido o bartender clássico de longa data, Francisco Guerreiro, para dividir um pouco da sua experiência conosco. Francisco é português, vive em Algarve onde trabalha no hotel Yellow Arvor Hotel, além de ministrar diversos cursos de coquetelaria em Portugal. Francisco possui uma rica experiência de quase 30 anos de profissão e me sinto honrado em tê-lo conosco dividindo suas opiniões.
Espero que gostem.

Esta entrevista tem como fonte única a opinião dos convidados, sendo este blog isento de quaisquer alterações de texto e opiniões. O texto foi devidamente traduzido mas preserva fielmente suas convicções.

Qual a sua definição do que é a mixologia e onde ela está baseada?

Na minha opinião, a mixologia provén da mistura da coquetelaria clássica com a cozinha molecular, na qual através da física e da química se procura adicionar outros produtos que trazem um valor acrescentando para o profissional de bar, na preparação dos cocktails enriquecendo desta forma as texturas, sabores e aromas, proporcionando aos clientes uma maior diversidade , qualidade e novidade. Indo ao encontro à sua exigência.
A mixologia permite colocar aos serviço dos profissionais de bar momentos de criatividade e aos clientes dar a possibilidade de experimentar novas sensações.

Quais são as suas referências de mixologistas e bartenders tanto no Brasil como no exterior?

No Brasil apesar de sempre o considerar um barman clássico tenho como referência Derivan Ferreira de Souza, pois tem realizado um excelente trabalho na preparação de vários cocktails procurando utilizar novos produtos e divulgando a arte e técnicas na coquetelaria.
Outro barman reconhecido no Brasil e que tenho acompanhado sua evolução é Rogério Rabbit, que tem sido ponto de referência pelas suas participações nos mais variados campeonatos da coquetelaria à nível mundial.
Em Portugal destaca-se na mixologia o barman/professor Fernando Brito, da Escola de Hotelaria de Estoril, que tem apresentado a temática da mixologia com grande sucesso sendo exemplo para os barmen portugueses.
Também Paulo Ramos da Cocktail Academy Portugal, tem desempenhado um papel muito importante em Portugal e em vários países aplicando as suas técnicas da mixologia avançada.
Sigo com muita atenção as tendências da mixologia à nivel mundial, sendo meus pontos de referência Gary Regan, Dale DeGroff, Tony Abou-Ganin e Salvatore Calabrese-The Maestro, cada um apresenta técnicas e preparações ás quais me têm servido de inspiração para a criação dos meus cocktails assim como para ministrar minhas aulas nos mais diversos cursos relacionados ao mundo do bar.

Como definir, em sua opinião, os termos adequados como mixologista, mixólogo, barman, bartender e flair bartender?

Mixologista e Mixólogo - É aquele que utiliza sua criatividade na elaboração dos seus cocktails apoiado em novas técnicas, utilizando métodos aliados à química e à física, para tal deve ter elevado conhecimento acerca do vasto mundo das bebidas, das suas características, da arte de misturar os vários produtos, no sentido de apresentar de forma criativa as suas composições de bar.

Barman ou bartender - É aquele que se dedica na sua maioria à preparação da coquetelaria clássica, deve também ter elevado conhecimento acerca do mundo das bebidas, das suas características e finalidade das mesmas, no entando, segue as tendências do serviço de bar à nivel mundial, sendo que este serviço é mais estandarizado, procurando preparar com as captações ou dosagens conforme à sua origem.

Flair Bartender - Neste caso é um profissionail de bar que utiliza movimentos livres na execução e preparação das diversas bebidas simples ou compostas, por vezes utilizando a sua destreza de movimentos aliada à música, apresentando verdadeiros momentos de animação nos bares ou em eventos especiais.

Você enxerga que a mixologia pode auxiliar o dia-a-dia dos profissionais de bar? De que maneira?

Temos que ter sempre em conta o tipo de bar e de clientela para o qual estamos vocacionados, nunca podemos esquecer que na base da preparação das composições de bar devemos levar em linha de conta as técnicas já utilizadas na coquetelaria clássica. Apesar das tendências à nível mundial da mixologia os profissionais de bar devem estar preparados acerca do conhecimento das técnicas e competências, necessárias para um bom desempenho como profissionais de bar, sendo que o mesmo não se pode dar ao luxo de em determinado momento pelo fato de desenvolver a mixologia no seu espaço, não sabe servir um cocktail tendo por base que é um criativo. O que levaria ao descontentamento por parte dos clientes e desta forma não os cativando.

A mixologia pode ser encarada como um momento específico na história da coquetelaria ou é um movimento que veio para ficar?

Julgo que a mixologia como tendência tem vindo a ser apreciada nos melhores bares do mundo e estudada por muitos profissionais de bar, se for utilizada para completar a excelência do serviço de bar, julgo que veio para ficar, pois proporciona uma valorização dos serviços a prestar ao cliente, o que leva ao desenvolvimento do negócio.

Você acredita que estamos passando pelo "boom da mixologia" e estamos próximos do seu auge?

Sim, na mixologia pelo mundo afora tem sido utilizados os mais variados produtos, frutos, especiarias, plantas e ervas, tem-se realizado as mais variadas experiências na preparação de novos cocktails utilizando a física e a química, bem como, as mais variadas técnicas de mistura como macerações, infusões e inclusive destilações especiais, portanto, penso que, na sua essência pouco haverá para descobrir apesar da criatividade dos profissionais de bar.

Você se considera um bartender ou um mixologista? Qual a diferença?

Pela minha formação inicial continuarei sempre a ser um bartender, já que ao longo da minha carreira frequentei vários cursos na àrea clássica do mundo de bar. Desde 1984 ministro cursos de bar relacionados também com a àrea clássica, com objetivo de adquirir mais conhecimentos e competências e acompanhando as tendências mundiais frequentei também cursos na área da mixologia e do flair bartending, daí posso afirmar que sou um bartender e mixologista. No meu conceito o bartender é clássico e o mixologista é o criativo.

Como e quando você começou a se interessar pela mixologia?

Ao longo da minha atividade profissional sempre procurei inovar na criação dos meu cocktails utilizando os mais variados produtos e bebidas, dando especial atenção aos aromas, sabores e texturas, assim como tenho procurado o conhecimento de novas técnicas, as quais tem me permitido acompanhar as tendências posso então dizer que desde a primeira hora me interessei me interessei pela mixologia.

Qual a sua relação com a coquetelaria brasileira? O que você conhece? O que você tem a dizer sobre o nosso estilo, cultura e sabores?

Conforme já referi à algum tempo que acompanho a evolução da coquetelaria brasileira, tive oportunidade de estar próximo à alguns barmen brasileiros quando da realização dos Festivais de Cocktails Luso-Brasileiros, os quais me permitiram uma partilha de conhecimento e competências, saliento então as capacidades técnicas dos mesmos, bem como uma vontade enorme em criar cocktails apelativos, utilizando em especial frutas tropicais e bebidas de renome mundial.

Por norma os profissionais de bar do Brasil contagiam a sua alegria e boa disposição prestando um atendimento agfável e uma qualidade de serviços acima da média.

Qual é a sua primeira memória sobre cocktails?

A minha primeira memória sobre cocktails foi em 1971, quando tive a oportunidade de iniciar a uma atividade profissional na Prainha, unidade hoteleira de 5 estrelas, em Alvor, onde preparei pela primeira vez cocktails. Recordo o Aurora. Preparado a partir de 30 ml de Finlandia vodka e 30 ml de licor Parafait Amour, no mixing glass, servido em taça cocktail, decorado com um twist de limão. Talvez um cocktail para recriar

A minha primeira memória sobre cocktails foi em 1971, quando tive de oportunidade de iniciar a minha actividade profissional na Prainha unidade hoteleira de cinco estrelas, em Alvor, onde preparei pela primeira vez cocktails. Recordo o Aurora. Preparado a partir de 3 cl de Vodka Finlândia e 3 cl de Parfait Amour Bols, preparado no Mixing-glass, servido na taça a cocktail, decorado com uma casquinha de limão. Talvez um cocktail para recriar.

Qual a sua bebida preferida atualmente?

A minha bebida preferida actualmente é um bom vinho, já que pelo estudo acerca deste néctar dos deuses é possível encontrar-se no mercado vinhos com características excepcionais, com aromas e texturas que podem ser a companhia ideal ou acompanhar as mais diversas iguarias com um produto natural.

Qual o cocktail que ultrapassa o tempo e continua sendo especial?

O Dry Martini Cocktail, já que criatividade dos barmen não tem limites, mas esta receita continua a ser incontornável nos bares do mundo. As diferentes marcas tem vindo a comercializar cada vez gins mais aprimorados e com os quais pretendem conseguir o melhor Dry Martini Cocktail.

Qual é o cocktail do futuro?

Será a mistura que os barmen pelo mundo fora apresentem aos seus clientes, de forma equilibrada entre a força, o aroma e o sabor, de preferência utilizando produtos naturais numa perfeita conjugação com as marcas que dominam o comércio das bebidas no mundo.

Descreva uma de suas receitas exclusivas. Qual o seu nome e o que ele representa.

Este cocktail é o resultado da paixão que tenho pela arte de preparar bebidas compostas, de satisfazer os clientes com novos aromas, sabores e texturas, mantendo a tradição dos produtos Bols e ao mesmo tempo participar do 5th Annual Bols Around the World Competition - 2010.

Lucas Dream

2 cl Licor de Morango Bols

4 cl Bacardi Razz

3 fatias de tangeriona

1 fatia de limão

10groselhas frescas

1 colher de mel de alecrim

Preparação: Batido em Boston Shaker

Macere a tangeria e o limão com a grosleha e o mel de alecrim. Num boston shaker adicione o licor de morango, Bacardi Razz e adicione gelo. Bata vigorosamente. Sirva em uma taça martini duplamente coado.

Decoração: 1 fatia de tangerina, 3 groselhas e 1 ramo de alecrim.


quinta-feira, 10 de março de 2011

TOP 10 Cocktail Shakers - Minhas preferidas

Sempre fui apaixonado por coqueteleiras de todos os tipos, as pequenas, as grandes, as coloridas, as de plástico, as ornamentais, as antigas, as históricas, as de marcas, enfim...todas as possíveis, quem sabe um dia que eu for gente grande eu não monto um Museu da Coqueteleira. Vocês vão?
Quero dividir com vocês uma série de coqueteleiras especiais que conheço, umas que eu tenho, outras que eu queria ter, outras que alguém ainda me dará de aniversário......sacou?!
Então lá vai, me digam também quais coqueteleiras vocês acham que podem entrar nessa lista top abaixo:
1) Zebra Shaker
Eu mesmo comprei duas dessa...uma para dar de presente e outra para mim.
De vidro e aço, é linda e imponente. Custa aproximadamente R$ 70,00, mas não é entregue no Brasil.

2) Penguim Shaker
Mais do que uma coqueteleira, essa peça é super decorativa.
Eu já gosto muito de pinguins, agora, um pinguim que me dá drinks é demais...Feita em aço inoxidável pela conceituada empresa de design Norpo segue um estilo 30's caprichadissimo e até possui um strainer interno.

3) Ralph Lauren Cocktail Shaker
Não que essa seja fantástica, mas incluí na lista por ser um coqueteleira de grife, assinada por um dos mais requisitados estilistas e bons vivans do último século. A coqueteleira é em aço escovado e possui uma capa de couro marrom para proteger as mãos do barman com a temperatura baixissima do shaker...hunf, sei. Além de receber na tampa as iniciais conhecidíssimas da marca.

4) Absolut Vodka Cocktail Shaker
Essa eu tenho! Ganhei de presente da marca quando fui conhecer a fábrica de Absolut em Ahus, na Suécia. O principal é manter o shape da lendária garrafa. É trifásica, possui além da tampa tradicional uma mini-tampa, que é como se fosse a tampa da própria garrafa de Absolut. Cool.

5) Alessi Bauhaus Shaker
Essa coqueteleira tem história. Peça de design da Officina Alessi, esse shaker é atribuído à artista Marianne Brandt no período em que ela foi diretora de metais do renomado estúdio alemão no ano de 1928. Mas só em 1994 ela foi realmente produzida.
Ah, e pode ser comprada facilmente por aproximadamente R$ 700,00. Arrisca?

6) Metrokane Bullet Shaker
Lembra do 007 e seus super martinis? Essa coqueteleira tem como grande inspiração o estilo de vida do espião britânico! que inspirou gerações. Uma sofisticada peça do estilo art deco não precisa de muita explicação não é, um projetil pronto para ser lançado. Em aço escovado, essa peça permite preparar alguns drinks de uma só vez, pois possui capacidade para 28 onças.


7) Coqueteleira xodó do Marco
É isso mesmo...essa coqueteleira é meu xodó. Algumas pessoas sabem que eu sou um rato de brechós e antiquários, e lá encontro muitas das minhas peças preferidas, para uns esquecidas, para outros aguardando seu dono.
É o caso dela, não encontrei referência nenhuma para a sua idade, mas diria que ela é da década de 40/50. Só a utilizo em eventos especiais, bem especiais.

8) Nambé Twist Cocktail Shaker
Essa peça foi desenvolvida pelo designer americano Fred Bould, da Bould Design, essa coqueteleira é como um aço torcido, o que a torna especial. Também é feita com um tipo de aço chamado Nambé, que é conhecido por manter a temperatura original, o que faz com que o cocktail mantenha-se mais gelado. Pode ser comprada por aproximadamente R$ 300,00.

9) Rooster Cocktail Shaker
Essa é a coqueteleira que eu quero de presente de aniversário viu.. já avisei! Não se sabe quantas peças foram produzidas dessa relíquia, mas uma das únicas que se tem conhecimento está à venda na Goldsmith and Perris, em Londres. Esse shaker é todo feito em prata e no formato de um galo e data de 1928.

10) Escolha do leitor
Esse quem vai me dizer são vocês. Por favor, me enviem fotos com um texto de qual é o seu shaker preferido ou seu objeto de desejo. O que eu mais me encantar vai participar dessa lista!


Espero que tenham gostado!
Aguardo as sugestões,
Um abraço

terça-feira, 8 de março de 2011

Novo blog na área - James Guimarães da Pernod Ricard

Olá,
Fico muito feliz ao perceber que o nosso mercado de bebidas está em plena evolução, extremamente ativo e mais do que nunca participativo. Acho que nunca antes na história desse blog tive tantos blogs parceiros... Algumas péssimas linguas diriam que isso é um problema....a minha lingua diz que isso é uma solução!
Existe uma janelinha aqui do lado direito que se chama Especialistas de cá e Especialistas de lá...
Fiquem atentos, pois lá é onde eu coloco alguns links que eu considero importantes para o nós.
Hoje incluirei o blog de um amigo e ótimo profissional das coqueteleiras.
James Guimarães é mixologista da Pernod Ricard, multinacional que possui marcas como Absolut Vodka, Jameson Whiskey, Chivas Regal e Havana Club, entre outras. James já participou desse blog com uma entrevista exclusiva sobre mixologia que você pode ver aqui.
James é responsável por projetos especiais da empresa relacionados à coquetelaria e apresentação de produtos, além de já ter trabalhado em bares super bacanas de São Paulo.
Bom, sem mais delongas, lá vai.
Blog do James Guimarães
Aproveitem,
Um abraço

segunda-feira, 7 de março de 2011

Campeonato Brasileiro de Barista 2011 - ACBB

Olá,
Provavelmente alguns de vocês já sabem, mas na próxima semana acontecerá o 10º Campeonato Brasileiro de Barista, realizado pela ACBB (Associação Brasileira de Café e Barista).
O Campeonato é um dos quatro realizados pela Associação, que dão o título brasileiro e o passaporte para o Campeonato Mundial.
Além do Campeonato de Barista, teremos o Campeonato de Latte Art, Coffee in Good Spirits e Cup Tasters.
Ele acontecerá do dia 14 ao dia 17 de março na sede da universidade Cruzeiro do Sul, das 09 às 19 horas.
Quem ganhar o campeonato brasileiro irá ou para a Colômbia disputar o Barista ou para a Holanda, disputar os outros 3 campeonatos.
Aos que ainda quiserem participar, há algumas vagas restantes, é preciso escrever para info@acbb.com.br.
Para quem puder, vale a pena ver os melhores baristas do país em atividade.
Um abraço!
Vale a pena

quarta-feira, 2 de março de 2011

Clericot está em alta!

Olá,
A quem me conhece e conversa comigo já tinha ouvido isso...Clericot está em alta.
Sangrias e Clericot, para ser mais exato.
Essa receita extremamente refrescante à base de vinho, seja ele tinto, rosé ou branco, com um toque de algum licor cítrico ou até conhaque e frutas da estação e algum gaseificante como água com gás, soda limonada ou até champagne está vindo com tudo.
É por motivos como esses que um Clericot tem ganhado espaço nos bares e restaurantes...A praticidade no preparo, a refrescância e leveza dos ingredientes e a delícia de se tomar junto com outras pessoas. É uma bebida de amigos.
Abaixo estou disponibilizando a matéria veiculada no Rio Show do jornal O Globo (RJ) da semana passada, que trás um pouco da história do Clericot e algumas receitas, entre elas a que introduzi no cardápio do 00 Cozinha Contemporânea.Para quem está em São Paulo, podem encontrar uma Sangria Rosé desenvolvida por mim no Octávio Café, no Itaim.
Agora, é correr para o verão!
Um abraço
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