domingo, 25 de novembro de 2007

DryMartini LifeStyle - Uma leve introdução ao universo dos martinis

Não há receita que carregue tantas lendas e histórias do que o Dry Martini.
Ter nas mãos uma taça de Dry Martini é estar diretamente conectado a décadas de elegância, glamour e turbulência.
O Dry Martini está profundamente ligado aos anos que sucederam quase todos os momentos de crise vividos principalmente nos Estados Unidos e na Europa no último século. Ainda que seja mais prático dizer que o Dry Martini foi criado em 1922 pelo prof. Jerry Thomas na Califórnia, prefiro a teoria de que esse cocktail tenha surgido pela capacidade da sociedade exprimir seus interesses e necessidades através de combinações de bebidas. Sabemos que a receita divulgada hoje em dia não era a mesma há 70 anos, porém as características principais do Dry Martini permanecem intactas.
Os Martinis sempre estiveram associados à efervescência e sofisticação, principalmente nos momentos onde a sociedade pretendia comemorar o fim de um momento sombrio.
Na década de 20, com a recuperação da economia após a 1ª guerra mundial, a consolidação de Nova York como a grande cidade do mundo, o movimento art deco e o hedonismo os Martinis viveram seu primeiro boom, que foi disseminado pelo mundo na década de 30 por Hollywood e seus porta-vozes, como Gary Cooper, Greta Garbo entre outros. A taça Martini se torna ícone do art deco e do estilo de vida americano.
Na década de 50, novamente após uma guerra mundial há um momento de celebração e os Martinis retornam à cena só que dessa vez com uma nova roupagem, vestidos de vodka, ao invés de gim. Foi então que James Bond eternizou a frase “Shaken not stirred.” (mais um dos clássicos das aberrações humanas, muito bem pagos por uma marca standard que pretendia assumir de vez o mercado de vodkas).
Após três décadas confusas baseadas em conceitos um tanto duvidosos como os whiskies, o abuso do dourado, os movimentos alternativos e a década dos excessos, na década de 90 os Martinis retornam com força máxima, apoiados em uma prosperidade econômica e principalmente na formação de uma família de receitas denominada Martinis, desenvolvida principalmente pelos mixologistas de Londres e Nova York.
O Dry Martini é um clássico, um ícone social, um estilo de vida. É na simplicidade de seus ingredientes que está o seu maior trunfo.
Talvez a sua simplicidade responda o porque esse cocktail é o mais lendário, discutido e imortalizado de todos os tempos.

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

Novas perspectivas sobre a cultura da Caipirinha

Há alguns anos a Caipirinha figura em todas as pesquisas sérias sobre o estilo de beber como uma das receitas de maior ascensão mundial. Podemos encontrar a combinação de limão, açúcar e cachaça nos quatro cantos do mundo, do Canadá à Suíça, da África do Sul ao Japão. Agora, o que está por trás dessa febre brasileira deve ser atentamente observado.
Entendemos que o processo de aceitação de receitas consagradas acompanhe as tendências de sua geração, como o Dry Martini na efervescente década de 20, os shooters na confusa e decadente década de 80 e por aí vai.
A Caipirinha também acompanha as novas tendências e mudanças de pensamento na sociedade como a busca por ingredientes naturais, o retorno do minimalismo e a aceitação do tosco como resposta ao glamour cansativo dos anos 90. A unidade na coloração e a praticidade na preparação também impulsionaram a receita genuinamente brasileira no exterior. Como exemplo de aceitação a essas novas tendências temos o Mojito, que retorna novamente como ícone dessa transição, juntamente com a Caipirinha, e a isso une-se o conceito tropical – que não tem qualquer semelhança com o conceito caribenho de excessos de sabores, colorações e doçura.
É preciso esclarecer também que de acordo com Decreto nº 4.851, de 2003, que regulamenta a cachaça como bebida tipicamente brasileira, e que necessita de especificações na sua produção, tivemos uma abertura mundial para o destilado que sempre foi confundido com o rum, e logo surgiram diversos empresas focadas em cachaça do tipo exportação.
Ainda que cada região, continente ou país se adeque às realidades e necessidades para servir determinada receita, e que para isso tenha que modificar a receita original, (o que é assunto para um artigo inteiro), espero que não se torne padrão receitas de Caipirinha como a que provei na Suécia, utilizando limão siciliano e açúcar mascavo, ao invés de limão Tahiti e açúcar refinado.
Em um artigo próximo, retomarei o assunto Caipirinha, procurando encontrar respostas para alguma das mais intrigantes e curiosas lendas e verdades que acercam a história e o estilo de beber Caipirinha.
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