domingo, 3 de janeiro de 2010

A Mixologia Molecular e a Semântica

Olá,
Conversando com algumas pessoas sobre a Mixologia Molecular, percebi que há uma enorme confusão em relação ao termo que designa toda essa mudança que ocorre nos bares do mundo inteiro.
É claro que quase tudo a que nos referimos é....molecular. O que não há de ser molecular nesse mundo, dizia Nicholas Kurt. Porém, o movimento utiliza esse termo para se referir à visão, ao pensamento e abordagem que é dada ao ato de cozinhar, ou de misturar ingredientes em um drink.

Gostaria de propor à vocês uma análise à outros segmentos da sociedade para podermos nos apoiar na nomenclatura da Mixologia Molecular. Abaixo, três exemplos distantes para que consigamos perceber que um movimento não é denominado exatamente pelas suas características principais, mas por comportamentos da política e da sociedade, referências metafóricas e até um acaso. Acompanhem.

Na literatura, o
Condoreirismo, terceira geração romântica brasileiro, leva o nome do condor, ave de rapina,abutre, parente do urubu, cuja alimentação é baseada em carniça bovina. E são essas as caracteríticas do movimento literário encabeçado por Castro Alves e o Navio Negreiro? Não. O Condoreirismo é marcado principalmente por idéias igualitárias e por temáticas sociais como a escravidão. O motivo deste nome foi a visão de longa distância, de grande alcance que estas aves possuem, apenas.

Na música, a
Música Barroca tem como referência o momento vivido por toda a Europa entre 1610 e 1750 não possui características em comum com a essência da palavra, já que o Barroco, advém do português matriz homônimo "pérola imperfeita" ou jóia falsa, referência à Contra Reforma religiosa. Temos nessa época gênios como Vivaldi,Schütz, Bach e Weiss.

Para finalizar, na arte possuímos o Fovismo(Fauvismo), corrente artística do início do séc XX que nos apresentou artistas como Paul Gauguin, Paul Cézanne e Henry Matisse(quadro A Dança, ao lado). Ah, o porque do nome Fovismo? A denominação deve-se ao crítico conservador Louis Vauxcelles, que no Salão de Outuno de 1905, em Paris, comparou esses artistas à feras (
fauves). É claro que a designação tinha inicialmente caráter depreciativo, mas acabou se fixando e deu nome à corrente tão apreciada atualmente.

Ou seja, aos ferrenhos críticos da técnica, pensamento e mudança causada pela
"Mixologia Molecular" pode ser definida assim:

Na gastronomia, o movimento da
Gastronomia Molecular teve início em Erice, Itália no ano de 1992, quando lá aconteceu o "International Workshops of Molecular and Physical Gastronomy", onde estavam presentes Hervé This e Nicholas Kurt, precursores do movimento. Em pouco tempo o movimento da Mixologia iniciou, nos pólos de NY e Londres, a desenvolver técnicas e conceitos semelhantes porém aplicadas ao universo de bebidas.

Em breve, escreverei mais sobre Mixologia Molecular. Um abraço.

De acordo com o Novo Dicionário Aurélio da Lingua Portuguesa

Semântica (se-mân-ti-ca) S.f. "Do grego
σημαντικός, derivado de sema, sinal".
Lingüística, ciência empírica que tem por objeto o estudo da relação dos signos com aquilo que eles significam, numa língua dada, i.e., estudo das palavras no que respeita a seus significados."

1001 vinhos para beber antes de morrer

Comprei essa semana um livro que é interessantíssimo.
Escrito por Neil Beckett, editor da conceituada revista The World of Fine Wine e provador do Grand Juri Européen nos proporciona não uma lista dos melhores vinhos do mundo, mas um guia de prático, agradável e sistemático sobre uvas, garrafas, rótulos, vinhedos e países, que nos auxiliam na escolha de um vinho para brindar.
Como o próprio autor diz sobre os vihos na Introdução, se você o amar, melhor, mas se o odiar, pelo menos não terá comprado uma caixa dele.
Bom, minha humilde contagem é de já ter tomado....8 dos 1001...rs.
Pois é, e agradeço aos argentinos, chilenos e sul africanos. A grande verdade é que este guia nos dá especificamente o vinho para beber antes de morrer, a sua safra, então dificulta e encarece um pouco mais apesar de termos vinhos entre US$20 a mais de US$200.
Nâo entendi apenas porque existem vinhos do Líbano, da Índia e até, pasme, do Texas, e não há nenhuma citação para vinhos brasileiros. Vai saber.
Bom, mas para mim, que já não sou um especialista no assunto, já foi uma ótima passeada no assunto, vale a dica. Um abraço.
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